quinta-feira, 6 de agosto de 2009

ÓRGÃO DAS CERTEZAS

Ouço com as orelhas
Ouço com os ouvidos
Ouço os barulhos
De uma porta abrindo
Vou sair pra dentro
Abre e vou saindo
Entro enquanto saio
Vejo enquanto saio
Eis que então vem vindo

O coração me bate
O coração violento
Me bate tão, tão forte
Me bate sem carinho
Bate forte na boca
Bate na boca do estômago
Bate na falta de um cérebro
Bate no ausente sentido

O cheiro sobe quente
Inebria a mente da gente
Textura sobe no dente
Um dedo sozinho não sente
Mas o estômago fica sentindo
Rasga e joga sal grosso
Tempera a carne do insosso
Sempre ele, chorando ou sorrindo

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Apenas uma livre simples rápida impensada adaptação de um parágrafo.

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